31/05/2006

Som #17

Tool - Schism

Gosto da música e pronto. Os vídeos deles são bastante diferentes, mas para ser sincero nunca gostei muito. Comem-se.
A letra é sobre uma relação em que os intervenientes crescem em direcções opostas. Ninguém é culpado.




Letra:
I know the pieces fit
'Cause I watched them fall away
Mildewed and smouldering
Fundamental differing
Pure intention juxtaposed
Will set two lovers' souls in motion
Disintegrating as it goes
Testing our communication
The light that feuled our fire then
Has a burned a hole between us so
We cannot see to reach an end
Crippling our communication

I know the pieces fit
'Cause I watched them tumble down
No fault, none to blame
It doesn't mean I don't desire to
Point the finger, blame the other
Watch the temple topple over
To bring the pieces back together
Rediscover communication

The poetry
That comes from the squaring off between
And the circling is worth it
Finding beauty in the dissonance

There was a time that the pieces fit
But I watched them fall away
Mildewed and smouldering
Strangled by our coveting
I've done the math enough to know
The dangers of our second guessing
Doomed to crumble unless we grow
And strengthen our communication

Cold silence has
A tendency to
Atrophy any
Sense of compassion
Between supposed lovers
Between supposed brothers

I know the pieces fit

26/05/2006

Som #16

Alice In Chains - Would?

Grande música. Grande grande linha de baixo. Excelente banda. Vou vê-los hoje! Pena é o vaocalista já ter morrido (como morreram muitos outros de Seattle, foi a cabrona da droga).

(Sobre a música: Fala dos perigos da droga, mais propriamente heroína. É dedicada/inspirada pela morte de um gajo que devia ser amigo de toda a gente, chamado Andy Wood. Andy Wood pertencia a uma banda chamada Mother Love Bone que lançou apenas um albúm, "apple". Prontos, o gajo lá morreu, e os outros membros da banda juntaram-se com mais gente e fizeram um albúm sob o nome Temple of the Dog. Desta banda, surgiram os Pearl Jam e os Soundgarden. Portanto, nem tudo correu mal. A letra em sí do "Would?" é angustiante, principalmente depois de se ouvir "Am I wrong? Have I gone too far to get home?", o que provaria ser, depois da morte do vocalista, um mau omen).




Letra:
Know me broken by my master
Teach thee on child of love hereafter

Into the flood again
Same old trip it was back then
So i made a big mistake
Try to see it once my way

Drifting body it's sole desertion
Flying not yet quite the notion

Into the flood again
Same old trip it was back then
So i made a big mistake
Try to see it once my way

Into the flood again
Same old trip it was back then
So i made a big mistake
Try to see it once my way

Am i wrong?
Have i run too far to get home?
Have i gone?
And left you here alone?
If i would, could you?

24/05/2006

Som # 15

Led Zeppelin - Whole Lotta Love

Esta música é s-e-x-o! E tem aquele que foi votado o riff de guitarra mais famoso de sempre da história do rock. QUem alguma vez teve pretrensões a saber tocar guitarra numa banda rock de certeza que já tentou tocar esta música (e o Stairway to Heaven também :P).
S-e-x-o!




Letra:
You need coolin, baby, Im not foolin,
Im gonna send you back to schoolin,
Way down inside honey, you need it,
Im gonna give you my love,
Im gonna give you my love.
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Youve been learnin, baby, I bean learnin,
All them good times, baby, baby, Ive been yearnin,
Way, way down inside honey, you need it,
Im gonna give you my love,
Im gonna give you my love.
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Youve been coolin, baby, Ive been droolin,
All the good times Ive been misusin,
Way, way down inside, Im gonna give you my love,
Im gonna give you every inch of my love,
Gonna give you my love.
Yeah! all right! lets go!
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Wanna whole lotta love?
Way down inside, woman,
You need love.
Shake for me, girl
I wanna be your backdoor man.
Hey, oh, hey, oh
Oh, oh, oh
Keep a-coolin, baby,
Keep a-coolin, baby.

23/05/2006

Chachadas do nosso tempo: "A Queca Mágica"


"A Queca Mágica", ou como é mais vulgarmente conhecido pelo público, "Cidade dos Anjos".
Provavelmente uma das maiores chacahadas que já vi em toda a minha vida. E sim, vi o filme. Uma vez chegou-me.

- Anjos que vestem de negro? Dass! Mas isto é o "Cidade dos Anjos" ou o "The Crow"? O corvo não é, porque esse sempre tinha mais estilo e uma história bastante mais interessante.
- Um anjo que se apaixona pela Meg Ryan? Pelamordedeus, É A MEG RYAN! (Tá tudo dito).
E a piéce de resistance:
- O gajo desce à terra. Encontra-se com ela. Dá-lhe uma queca, que devia estar acumulada desde que o Criador fez a Terra. A gaja gosta tanto que decide armar-se ao pingarelho, acordar antes dele e ir andar de bicicleta sem mãos (e logo a seguir sem cabeça). O filme acaba com o gajo a cheirar tomates.

Queca mágica, porque ele dá-lhe uma (ou duas ou três, tanto faz) e na manhã seguinte ela *puf!*, desaparece! Não acham um título bem mais apropriado? Outro título apropriado poderia ser também "Inacreditável, conseguiram fazer um filme ainda mais lamechas que o "Ghost"!!"

21/05/2006

Som #14

Frank Black - Headache

Pois é, meninos! Finalmente, a música de onde foi retirado o meu username aqui no blogger. Frank Black, a vida depois dos Pixies. Há quem diga que posteriormente se transformou num prof. de Engenharia Química do IST (dá para ver bem as parecenças físicas) mas este rumor ainda não foi confirmado. Enjoy!



Letra:
This wrinkle in time, I cant give it no credit
I thought about my space and I really got me down
(got me down)
Got me so down, I got me a headache
My heart is crammed in my cranium and it still knows how to pound

I was counting the rings
And I fell me into sleep
I peeked to see if you were way back when
I was counting the trees
Until a day when there was one
Id hoped beneath, asleep is where that you had been

This wrinkle in time, I cant give it no credit
I thought about my space and I really got me down
(got me down)
Got me so down, I got me a headache
My heart is crammed in my cranium and it still knows how to pound

Well, I found you
Maybe you can help me
And I can help you

This wrinkle in time, I cant give it no credit
I thought about my space and I really got me down
(got me down)
Got me so down, I got me a headache
My heart is crammed in my cranium and it still knows how to pound
Got me so down, I got me a headache
My heart is crammed in my cranium and it still knows how to pound
This wrinkle in time, I cant give it no credit
I thought about my space and I really got me down
(got me down)

19/05/2006

Uma aplicação prática da mecânica quântica à vida real

O príncipio da incerteza de Heisenberg:

Como aplicá-lo à vida real, perguntais vós?
Simples.

Alguma vez percorreram a vossa casa toda à procura de algo, sem nunca a achar, mas no entanto tendo a certeza que ela está em casa?

Ora bem, diz o príncipio da incerteza que se soubermos a posição de uma coisa, não sabemos a velocidade a que se move, e vice-versa. Ora bem, se sabemos que essa coisa está em nossa casa, podemos assumir que está parada, a não ser que esteja às voltas no micro-ondas ou na máquina de lavar. Portanto, sabendo a sua velocidade (que é nula), é impossível determinar com certeza a sua posição.

*EDITADO*

18/05/2006

Som #13

Gato Fedorento - Rap dos matarruanos



Melhor que isto é impossível!

16/05/2006

Som #12

Beastie Boys - Sabotage

Um grande grande vídeo, farto-me sempre de rir quando o vejo. Os Beastie Boys foram os White Rappers originais, qual Eminem, qual Vanilla Ice! Ainda andava o 50 Cent às reboletas nos tomatinhos do pai dele já os Beastie andavam por aí. E uma coisa rara esta, uma música rap tocada por instrumentos reais em vez de sair tudo das turntables de um qualquer DJ.
Vídeo realizado por Spike Jonze, antes de se tornar grande e famoso e começar a realizar o "Being John Malkovich" e o "Adaptation".
VEJAM. É DE MORRER A RIR.




Letra:
I Can't Stand It I Know You Planned It
I'm Gonna Set It Straight, This Watergate
I Can't Stand Rocking When I'm In Here
Because Your Crystal Ball Ain't So Crystal Clear
So While You Sit Back and Wonder Why
I Got This Fucking Thorn In My Side
Oh My God, It's A Mirage
I'm Tellin' Y'all It's Sabotage
So Listen Up 'Cause You Can't Say Nothin'
You'll Shut Me Down With A Push Of Your Button?
But Yo I'm Out And I'm Gone
I'll Tell You Now I Keep It On And On
'Cause What You See You Might Not Get
And We Can Bet So Don't You Get Souped Yet
You're Scheming On A Thing That's A Mirage
I'm Trying To Tell You Now It's Sabotage
Whyyy; Our Backs Are Now Against The Wall
Listen All Of Y'all It's A Sabotage
Listen All Of Y'all It's A Sabotage
Listen All Of Y'all It's A Sabotage
Listen All Of Y'all It's A Sabotage
I Can't Stand It, I Know You Planned It
But I'm Gonna Set It Straight This Watergate
But I Can't Stand Rockin' When I'm In This Place
Because I Feel Disgrace Because You're All In My Face
But Make No Mistakes And Switch Up My Channel
I'm Buddy Rich When I Fly Off The Handle
What Could It Be, It's A Mirage
You're Scheming On A Thing - That's Sabotage

13/05/2006

Som #11

A Perfect Circle - Judith
(nota: se forem religiosos/crentes, é melhor não ler nem ver o vídeo)

Uma música difícil, esta. Judith era (morreu entretanto, mas era viva quando foi feita a música) o nome da mãe do vocalista dos APC. Demonstra a dor de um filho que vê a mãe ficar paralisada e agarrada durante mais de 20 anos e sabe que não pode fazer nada quanto a isso. A revolta dele é maior ao ver que a mãe nunca perdeu o seu forte sentido religioso e "aceita" o destino que "o Deus dela" lhe impôs. Mas isso já é demasiado para ele, que se revolta contra duas coisas: a parilisia em si (provocada pelo "Deus" - praise the one who left you broken down and paralyzed), e a conformação da mãe de que isso é vontade divina e nada há a fazer. É uma música de dor sentida.
O vídeo custou um balúrdio a fazer (USD$800.000!!! - dass...) e foi realizado por David Fincher (Fight Club, Se7en).



Letra:
You're such an inspiration for the ways
That I'll never ever choose to be
Oh so many ways for me to show you
How the savior has abandoned you
Fuck your God
Your Lord and your Christ
He did this
Took all you had and
Left you this way
Still you pray, you never stray
Never taste of the fruit
You never thought to question why

It's not like you killed someone
It's not like you drove a hateful spear into his side
Praise the one who left you
Broken down and paralyzed
He did it all for you
He did it all for you

Oh so many many ways for me to show you
How your dogma has abandoned you
Pray to your Christ, to your god
Never taste of the fruit
Never stray, never break
Never---choke on a lie
Even though he's the one who did this to you
You never thought to question why

Not like you killed someone
It's Not like you drove a spiteful spear into his side
Talk to Jesus Christ
As if he knows the reasons why
He did it all for you
Did it all for you
He did it all for you..

12/05/2006

Isto sim é fado!

Cliquem aqui e ouçam o melhor que se faz neste país!
Ah grande Artur!

Uma ode...

...aos publicitários portugueses que ultimamente nos inundam a caixa que mudou o mundo com anúncios excelentes. Falo mais concretamente de:

- Anúncio da Frize Limão-Cola (com o homenzinho a gritar "fascista!", glorioso! e uma OPA "baril").

- Anúncio da Vodafone com o Olavo Bilac a explorar a sua rouquidão e os outros dois marretas do costume.

- Anúncio da Cow Parade com um boi enorme de piercing no nariz a desdenhar as vacas "tatuadas"

- Anúncios do novo Sumol Z, mais especificamente o do "MAS QUEM... É QUE PÔS ISTO... AO CONTRÁRIO?? QUEM??". Tal como os anuncios iniciais do Frize com o Pedro Tochas (que aumentaram as vendas da marca em 300%), este anuncio pode ter a capacidade de lançar o produto no mercado a uma velocidade estonteante. Faz lembrar o "Porque é que dizes isso?"

Afinal de contas até sabemos fazer muitas coisas bem...

09/05/2006

Som #10

Pixies - Head On

Um original da banda The Jesus and Mary Chain (grande nome!), que toda a gente conhece, nem que seja pela música final do Lost in Translation (chamada "Just like Honey"). Gravada ao vivo no estúdio num único take, porque por esta altura a banda já estava mal de saúde, principalmente nas relações entre o vocalista (Frank Black) e a baixista (Kim Deal). O único consenso sobre vídeo e single a lançar do album da altura (Trompe le Monde) foi lançar esta versão e não uma das músicas originais. Gravar o vídeo também foi um pau, por isso a decisão recaiu no mais simples possível: a banda a tocar ao vivo em estúdio, num só take. Foi chegar, tocar e ir embora o mais rápido possível, antes que alguém se chateasse com alguém. No entanto vê-se que são uma banda que mesmo de mau-humor tinham uma capacidade de entendimento em palco fenomenal, não se revelando falha nenhuma desta actuação. Glorioso!

Acaba aqui a série de vídeos depressivos com esta música excelente para arrebitar os ânimos primaveris! Go go Power Rangers!




Letra:
As soon as i get my head around you
I come around catching sparks off you
I get an electric shock from you
This secondhand living just won't do

And the way i feel tonight
I could die and i wouldn't mind
And there's something going on inside
Makes you wanna feel
Makes you wanna try
Makes you wanna blow the stars from the sky
And i can't stand up
I can't cool down
I can't get my head off the ground

As soon as i get my head around you
I come around catching sparks off you
And all i ever got from you
Was all i ever took from you

Yeah, the world could die in pain
And i wouldn't feel no shame
And there's nothing holding me to blame
Makes you wanna feel
Makes you wanna try
Makes you wanna blow the stars from the sky

And i'm taking myself to a dirty part of town
Where all my troubles can't be found

I said yeah yeah yeah yeah yeah
And i'm taking myself to a dirty part of town
Where all my troubles can't be found

Makes you wanna feel
Makes you wanna try
Makes you wanna blow the stars from the sky

06/05/2006

Som #9

Rebekah del Rio - Llorando




Retirado do filme Mulholland Drive, de David Lynch. A cantora, apesar de estar a fazer playback (ou lip-synching, em amaricano) é tão talentosa que parece que está a cantar ao vivo. A música em si foi gravada a capella no primeiro dia em que David Lynch conheceu Rebekah del Rio, quando ela o visitou em sua casa. Fascinado pela sua voz, levou-a, com o seu entusiasmo quase infantil, para o estúdio de gravação que tinha em casa nessa mesma noite às 02h da manhã. Rebekah cantou o que se ouve acima ao primeiro (e único) take e sem click-track para a ajudar a manter o tempo (assim se vê o verdadeiro talento). Quando estava já a preparar Mulholland Drive, Lynch lembrou-se que tinha esta pérola gravada e convenceu-a a fingir que cantava no filme (e logo no ponto fulcral, se não viram está em boa altura de pensar em vê-lo).

Para terminar, a música é um original de Roy Orbinson (mais uma ligeira tara do Lynch que é um assumido fã dele) e chama-se " Cryin' ". Fica sem letra porque é em espanhol e percebe-se bem o que ela diz.

02/05/2006

Som #8

Nine Inch Nails - Hurt



Esta música foi apresentada ao mundo pela primeira vez em 1994 no albúm "The Downward Spiral" dos Nine Inch Nails. Um album que definiu uma geração do rock mais industrial e que revelava a descida de um homem (Trent Reznor, vocalista) ao fundo do inferno pessoal onde já se encontrava, provocado por dificuldades nos relacionamentos, alcoól, drogas, depressão, é só escolher. O album começa "mal", com Big Man with a Gun e não melhora, aliás, só vai descendo cada vez mais culminando com esta faixa, Hurt. O verdadeiro bater no fundo posto em canção. A versão de estúdio é melhor e mais subtil na minha opinião, onde se pode ouvir Trent a murmurar as palavras com genuína emoção, mas só se consegue encontrar no youtube esta versão ao vivo.

Letra:
I hurt myself today
to see if I still feel
I focus on the pain
the only thing that's real

the needle tears a hole
the old familiar sting
try to kill it all away
but I remember everything

what have I become?
my sweetest friend
everyone I know
goes away in the end

and you could have it all
my empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt

I wear this crown of s**t
upon my liar's chair
full of broken thoughts
I cannot repair

beneath the stains of time
the feelings disappear
you are someone else
I am still right here

what have I become?
my sweetest friend
everyone I know
goes away in the end

and you could have it all
my empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt

if I could start again
a million miles away
I would keep myself
I would find a way

Johhny Cash - Hurt




Curiosamente, ou não, o último single lançado por Johnny Cash em vida foi, ominosamente, uma versão desta mesma música. O vídeo de Cash, com a sua mulher que em breve estaria morta (e que apressou a sua própria partida) torna as suas palavras cantadas num tenebroso memorial. Ao menos não se despediu a cantar sobre sunshine e lollypops.

Relação homem-homem

Cyanide and Happiness, a daily webcomic
Cyanide & Happiness @ Explosm.net

Relação mulher-homem

Cyanide and Happiness, a daily webcomic
Cyanide & Happiness @ Explosm.net

Relação homem-mulher

Cyanide and Happiness, a daily webcomic
Cyanide & Happiness @ Explosm.net

29/04/2006

Conversa de gajas

Intimidades

Conversa de gajas:

- Mais facilmente dou o pito do que dou a mão.
- É isso.


Tirado daqui mas lido pela primeira vez aqui.

28/04/2006

O velho aspecto

Tive que voltar a mudar o aspecto porque não me conseguia entender com o outro template "gay" que aqui estava... demasiada areia para o pouco html que sei. É a vida. Este ao menos já sei como o transformar...

Carta ao Chico

Um post dedicado ao Prof. Francisco Louçã.
Caro Chico
Faço-te uma pergunta: tu alguma vez sorris, ou achas piada a alguma coisa? Serás capaz de levar algumas coisas na desportiva? Relaxar um bocadinho, nem que seja por alguns momentos?
Faço-te esta pergunta porque vejo-te sempre com cara de quem sofre de uma prisão de ventre daquelas bem atadinhas (ou de quem sofre de uma caganeira também épica). A mania que tu tens de falar sempre ao ataque e com agressividade e arrogância, sinceramente, está a perder o efeito. A sério. Quanto mais te irritas e mais levas as coisas a sério e mais te chateias, menos as pessoas te levam a sério. Vai por mim.
Ontem vi-te no debate mensal no parlamento. O teu estilo é inconfundível. Atacar, atacar, atacar. Mesmo que concordes na generalidade com a proposta apresentada, tens que atacar sempre qualquer coisa, indo muitas vezes às minudências. Não deve haver uma única vez que o governo vá ao parlamento e que tu não estejas lá, qual gorila com uma poia na mão, pronto a cobrir o engenheiro primeiro-ministro de uma saudável dose de fezes. Mas já agora podias fazê-lo com mais educação. Enquanto discursavas, ninguém te interrompeu sob forma alguma. Tiveste campo livre. Enquanto o Sócrates falava, mal ou bem, concordadno ou não com o que ele dizia (isso agora não vem para o caso), tu não paraste um minuto, mas NEM UM MINUTO, de mandar bocas e bitaites enquanto ele falava. Dois pontos: um, é uma grande falta de educação interromper os outros, dois, estão lá mais 229 macacos na Assembleia. Ele não está a falar só para ti, por isso transformar um discurso dele (ou de qualquer outro) num diálogo contigo demonstra alguma prepotência e mesquinhez.
Também te poderia ajudar, talvez, seres ligeiramente mais positivo nalgumas coisas. O elogio para ti é uma coisa muuuuuuuuito difícil. Mas mesmo. Dass! Para ti está sempre tudo mal, ninguém faz nada, ninguém se mexe, todas as medidas tomadas são para piorar e não melhorar,, etc etc etc. Haja pachorra.
Ah, e da próxima vez que houver uma cerimónia, vai bem vestido. Talvez não saibas o que CERIMÓNIA quer dizer, mas uma visita a uma biblioteca por certo ajudar-te-á a tirar todas as dúvidas.
E por último, o Cavaco fez um discurso mais à esquerda que os discursos mais à esquerda do Sampaio e do Soares. Lá porque não gostas do homem (estás no teu direito), não implica que tenhas que odiar tudo o que sai da boca dele. Não aplaudires ou levantares-te quando ele fala (que é SÓ a figura máxima deste país) revela uma tremenda falta de respeito. Mas isso já tínhamos estabelecido atrás que não tinhas muito. O que o teu partido e o PCP mostram são maus fígados pela vitória dele. É uma democracia (o que tu gostas de usar essa palavra, pá...), a maioria dos eleitores escolheu-o a ele porque confiam nele, de certeza. Vê lá se consegues respeitar isso, ao menos (já que a ele, tá visto, não vai ser possível). Esta mania da esquerda mais esquerda de tratar a presidência da república como se fosse propriedade exclusiva... ui, dá-me cá umas urticárias.
Aceita isto como crítica construtiva, Chico. Tu e o teu partido só terão a ganhar com algumas mudanças subtis.
Cuida de ti.
Abraço
P.

25/04/2006

O blog mudou de aspecto...

...e vai continuar a mudar, à medida que for mexendo no html.
Porque, para começar, este cor-de-rosinha tem que ir ao ar. Dass!

Vamos dar cabo dos fachos!

Revolução - boa ideia
Execução posterior - péssima (até Novembro de 1975... e mesmo daí em diante, não sei bem)
Actualidade - jogo do empurra. Quem é de direita é automaticamente "facho". Quem é de esquerda é automaticamente "comuna" ou "novo-rico com a mania". Somos tão pequenos e tão desequilibrados...

Som #7

A Perfect Circle - 3 Libras




Letra:
Threw you the obvious and you flew with it on your back
A name in your recollection down among a million same
Difficult not to feel a little bit disappointed and passed over
When I’ve looked right through to see you naked but oblivious
And you don’t see me
But I threw you the obvious just to see
If there’s more behind the eyes of a fallen angel eyes of a tragedy
Here I am expecting just a little bit too much from the wounded
But I see see through it all see through and see you
Cause I threw you the obvious to see
What occurs behind the eyes of a fallen angel eyes of a tragedy
Oh well apparently nothing, apparently nothing at all
You don’t see me you don’t see me at all

Deixei de lhes chamar "som da semana" porque obviamente a periodicidade é algo eclesiástica.
Esta música, fenomenal, tem de tudo. Um trabalho de bateria excelente que leva a música por várias emoções e uma voz que nos leva a todo o lado. Aquele final de "you don't see me at all" ainda me levanta os cabelos na nuca...

19/04/2006

Som da semana #6

Gary Jules - Mad World

Da banda sonora desse grande filme, "Donnie Darko". Deu a conhecer ao mundo o Jake Gyllenhaal antes de ele aparecer nos ecrãs a sentir o bafo de outro homem no pescoço. Para ouvir em casa, a meia-luz.




Letra:
All around me are familiar faces
Worn out places, worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere, going nowhere
And their tears are filling up their glasses
No expression, no expression
Hide my head I want to drown my sorrow
No tommorow, no tommorow

And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I’m dying
Are the best I’ve ever had
I find it hard to tell you
’cos I find it hard to take
When people run in circles
It’s a very, very
Mad world

Children waiting for the day they feel good
Happy birthday, happy birthday
Made to feel the way that every child should
Sit and listen, sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me, no one knew me
Hello teacher tell me what’s my lesson
Look right through me, look right through me

Quartas Impressões

O gene pool da população felina desta terra já levava um clorozito para purificar...

Porquê, perguntai vocês?

Porque já devo ter visto três ou quatro gatos diferentes com bobtail, i.e., não têm cauda completa. Fica a meio caminho, percebeis?

Até me fazem lembrar estes:

15/04/2006

Muppet character

You Are Rowlf the Dog

Mellow and serious, you enjoy time alone cultivating your talents.
You're a cool dog, and you always present a relaxed vibe.
A talented pianist, you can play almost anything - especially songs by Beethoven.
"My bark is worse than my bite, and my piano playing beats 'em both."

13/04/2006

Som da semana #5

Muppets - Mana Mana
Obviamente não tem letra

Sim, eu sei que a semana ainda não acabou. Mas este é irresistível!

07/04/2006

Coisas com as quais me passo:

Passar, não de ficar fulo, mas de ficar deliciado:

- Atum . De qualquer maneira. Sandes de atum, com feijão frade, salada russa, etc. A melhor invenção piscícola da história do planeta.

- Máquinas fotográficas e lentes. Estou a ficar um expert na coisa. Qualquer aconselhamento de compra que precisem, é só avisar. Cobro o fee normal de consultoria.

- Um bom filme em DVD. Ou um bom livro.

- A minha cidade de Lisboa. Mas só em dias de descanso, porque no dia-a-dia é um caos do pénis.

06/04/2006

Valdispert

Mais um excelente texto de STP:

Este homem é grande... tem prái 3 metros de altura.

03/04/2006

Som da semana #3

Rammstein - Keine Lust
sem letra
a pedido de Morceguinho, que não está a viver muito longe da terra destes mocinhos!


Link para o vídeo

27/03/2006

Som da semana #2

Faith No More - Ashes to Ashes


Pena já terem acabado... ainda tinham muito para ensinar a muitos meninos... (nota: o autoplay da semana passada fica desactivado, mas o link continua disponível para os curiosos)

25/03/2006

Wrestling

Wrestling – esse hibrido maravilhoso. Tipo mula. Não é cavalo nem é burro, é mula.
Assim é o wrestling – não é um desporto no sentido estrito da palavra, não é um bailado, não é uma telenovela. É uma misturada daquilo tudo.

Não é desporto porque subentende-se que um desporto profissional implica competição, e isso é coisa que não existe uma vez que as lutas são coregrafadas (mais ou menos, eles têm uma checklist de movimentos que têm de fazer e um número de idas ao tapete sem acabar a contagem). No entanto, é de notar que apenas desportistas conseguem fazer aquelas movimentos e mandar aqueles tralhos monumentais fazendo-o parecer fácil.

Não é bailado, embora seja coreografado. Pode ser comparado a dança moderna, uma data de movimentos brevemente conexos com dois intervenientes em palco (ringue). As palmadas são sempre de mão aberta (mão fechada aleija, afinal de contas), quando fingem que dão de mão fechada batem sempre com o pé no tapete para fazer barulho.

Não é televonela, embora eles adoptem, alguns deles, nomes dignos de um filme de série B (Val Venis, Viscera, The Undertaker, Rey Misterio, The Edge, etc.). Têm sempre que ter introduções longas, onde se estabelecem ódios e parcerias entre lutadores, coiso e tal. Agora arranjaram a mania (thank god!) de andar com gajas de roupas diminutas e grandes silicones a reboque, que às vezes até lutam entre si. A coisa dá para o torto por aqui porque sendo lutadores, são muitas vezes maus actores e não conseguem imprimir grande realismo às coisas que dizem. Além disso, tomam muito tempo por vezes nestes interlúdios, o que acaba por reduzir o tempo daquilo que as pessoas querem de facto ver – porradaria, gajos a voar por cima dos outros, etc.

Até o EuroSport já está contagiado, passando por vezes os combates de uma liga menor, a TNA. O WWE, que passa na Sic Radical, é conhecido por quase toda a gente. Dá-se descanso mental sem recorrer à embrutescência.

24/03/2006

Visões assustadoras, enternecedoras ou assim-assim (Parte 1)

Pois, este post custou a sair mas cá vai!
Para começar, uma explicação: enquadram-se nas visões assim-assim todas as que não encaixarem nas duas categorias anteriores e bem definidas!

Sabem quando uma pessoa acorda pela manhã e olha para o espelho e "AAAAHHHH! Quem é esta pessoa à minha frente! Meeedo!"... ui! Bem e quando depois, passado pouco tempo, vemos alguém na cozinha com uma cara ainda pior do que aquela que nos pregou um real susto ainda há 5 minutos... A sério, não é um bom modo de começar o dia! (categoria 1)

Claro que o dia pode melhorar se, a caminho do trabalho, virmos um gato tigrado grande com patas brancas a passear-se à nossa frente e a fazer o seu exercício matinal em busca de alimento!... E, ao chegar ao trabalho, ver os passarinhos alemães, que, apesar de não perceber muito bem o que eles estão para ali a falar, são bem giros e cantam bem! (categoria 2)
Por outro lado, se formos atropelados por um pássaro maluco que decidiu fazer-nos uma razia porque viu ali atrás de nós um belo petisco... ui! medo! ai, a taquicardia! ainda bem que não tinha nada das mãos... era ver tudo a voar! Rais partam o bicho! (categoria 1)

Há um certo mistério em tudo o que vemos à nossa volta, principalmente, se prestarmos atenção e observarmos mesmo! Todas aquelas coisas que tomamos como banais ou como naturalmente "assim" tornam-se ligeiramente diferentes se olharmos para elas numa outra perspectiva!

Assim são as tardes em que venho para casa ou passeio um pouco pela cidade e OLHO para tudo no caminho e me apercebo de que aqui há esta loja ou este edifício com uma arquitectura fantástica... (categoria 3)

Um pôr do sol! É sempre um pôr do sol, mas, se vislumbrado num sítio diferente, com um tempo diferente ou com pessoas diferentes, torna-se sempre em algo diferente do que já vimos antes! Assim é aqui! Sempre com um encanto diferente, já que não é o mesmo observá-lo da cozinha, da rua ou de um qualquer ponto de Lousberg donde se consiga ver... (Para vós que não conheceis, Lousberg é uma "montanha" aqui ao lado do sítio onde estou a viver! Provavelmente um dos sítios mais interessantes, mais calmos e relaxantes de Aachen! e também um dos sítios mais verdejantes!) (categoria 3)

Complementando um post anterior pelo nosso Headache, ele há tuning e tuning! Vai do tuning para o carro ficar com uma performance melhor ao total de desperdício de dinheiro para se ficar com um carro ridículo! Ou, também, algo que vi há uns dias enquanto esperava pelo autocarro, não uma, mas duas vezes! ai, o ataque cardíaco!
Visualizai, meus caros, o piqueno Volkswagen Lupo! Piqueno, compacto, familiar, parece quase, direi, um carro de brincar, mas até compreendo que dê jeito o facto de ser maneirinho para estacionar na cidade e andar por essas ruas estreitas... Mas o objectivo dos senhores quando o construíram, não foi decerto vê-lo transformar-se num demónio como este! mas sim, um carro pequeno e com um ar fofo (nojo!) para a malta jove, pobre e despachada!
Este que vi era preto (até aí...) vidros fumados (mau!) saias (ai! que isto ainda descamba!?) e um capot novo, não com o formato normal em que as ópticas ficam totalmente descobertas e redondinhas, mas sim de maneira a parecer que são olhos com pálpebras, semi-cerradas de forma a parecer um carro enfurecido, demoníaco! MEEEEEEEEEEEEEEDDDDDDDDDOOOOO!
É que ainda bem que não tinha de atravessar a estrada! uf! (categoria 1!!!!)

Carros a "picarem-se" (categoria 1 e 3-dentro da sub-categoria: estúpidas!)
Vi ontem a bela brincadeira entre um Porsche que ia calmamente, seguro de si e da sua capacidade, a virar à direita, mas houve uma inteligência num BMW que achou que "isto não podia ficar assim" e decidiu, já que também ia virar à direita para uma estrada com duas faixas paa cada lado, "vou atrás deste gajo e pôr-me ao lado dele para ver quem é que tem o carro mais potente e a pil...." bem, nem continuo, até porque nem vi o desfecho desta contenda!...
Enfim!

Vai uma pessoa atravessar a estrada para ir ao supermercado, eis se não quando se depara com uma figura, uma personagem, que desde já integro na categoria 1, para o caso de haver dúvidas!, do sexo feminino, daquelas idades indefinidas 40-50-60-coiso, que causou a seguinte impressão na minha retina (vá, nas duas, 'tá bem!)
calças pretas justas com uns desenhos em cotorno apenas, vermelho! (ok!)
apercebo-me que são corações estilizados... (começa bem!)
hã?! botas "cauboiescas" castanhas?! (esta alemã é doida!)
casaco tipo "kispo curto" cor-de-laranja... (continua bem!)
top preto de amarrar à volta do pescoço com uma fita felpuda roxa! (o quê?)
cabelo curto esgroviado numa côr indefinida... (ai!)
o olhar esgazeado quando passou por mim por detrás de uns óculos laranja-pálido... (credo! este mundo está entregue nem sei bem ao quê!)
Eh, pá, desculpem lá mas tinha de partilhar isto com bós! Foi demasiado intenso... O abanananço resultante foi de tal ordem que ia esbarrando na porta do "Líder" uns metros mais à frente! Foi o choque!

21/03/2006

Ódios de Estimação, pt. 5

CLICK

Este é muito fácil: XUNING!

Qual é o sentido de comprar um carro de merda, como seja um Saxo ou um 206 ou um Punto, e a seguir tirar painéis da carroçaria originais, em metal, e substituir por capots e tampas da mala em fibra de vidro? E meter pára-choques novos, spoilers, saias, etc que muito obviamente deixam gaps horrorosos para as restantes partes da carroçaria e restos de fibra de vidro pendurados?

Como já me disseram num forum (Mula da Cooperativa), é o prazer de modificar, como se fosse melhorar um computador. A minha resposta foi: jovem, quando melhoras um computador, tu começas por comprar um bom processador, um Pentium IV a 3,6GHz ou melhor, não compras um Celeron de merda a metade do preço. E depois, qual é a parvoíce de lhe enfiar peças que desvirtuam o sentido estético ao carro e além disso, assentam mal e com falhas gigantescas? Sem resposta. Porque comprar um carro de 3000 contos e depois gastar mais dinheiro em cima para o modificar (e mal!) é uma opção duvidosa. Pegavam no dinheiro que pagaram pelo carro de merda (quase sempre utilitários ou Hondas Civic já com muitos anos em cima), e no dinheiro das transformações, e compravam um carro a sério. Simples.

Parvoíce extrema: podem ser duas. A primeira é meter aquelas luzes manhosas nos mija-mijas. Não conheço melhor indicação de que o carro é possuido e operado por um azeiteiro (vulgo chunga ou bazofe, ver uns posts mais abaixo). A segunda é, sabendo o estado geral das nossas estradas e sabendo que a probabilidade de estacionar em cima de um passeio são muito grandes, as criaturas rebaixam a suspensão aos carros. Golpe de génio... quantas vezes não os via, por causa das lombas que existem aqui junto a casa por causa da escola primária, a praticamente pararem ou chegando mesmo a parar, para não baterem com a frente nas lombas. Ao menos não entopem os passeios com as suas “máquinas”.

Claro que bazofe que é bazofe tem que andar sempre com o rádio no máximo (depois de instalarem um bruto subwoofer, claro), a ouvir música de martelos. Martelos = música de dança, ou seja, é para um gajo abanar-se todo em pista, não é ouvida propriamente pela melodia ou pela letra. Que tipo de dança é que o bazofe conseguirá fazer dentro do carro? Claro que, quando o bazofe está na rua dele a fazer higiene ao carro e a limpá-lo por dentro, tem que ter sempre as portas todas abertas e o rádio a bombar para a p**a da rua toda saber com que tipo de azeiteiro se está a lidar...

Era espetá-los num pau...

19/03/2006

A espera...

Já cantavam os Tool no seu album de 2001 (“Lateralus”), faixa 3: “The Patient”

But I’m still right here
Giving blood, giving faith
I’m still right here…
The waiter…

Sobre uma pessoa que espera ou pela alma gémea ou que a pessoa com quem vive se torne na alma gémea. Noutra banda, A Perfect Circle, este mesmo vocalista cantava na música “3 Libras”:

(...)

you don't see me
but i threw you the obvious
just to see if there's more behind the eyes
of a fallen angel,
the eyes of a tragedy.

here i am expecting just a little bit
too much from the wounded.
but i see through it all
and see you.

so i threw you the obvious
to see what occurs behind the eyes of a fallen angel,
eyes of a tragedy.

oh well. apparently nothing.
you don't see me.
you don't see me at all.

Novamente sobre expectativa de alguém se tornar alma gémea, ou melhor, que reparem no seu potencial (do sujeito) de o ser...

E se a alma gémea não existir?
Ou pior, e se a expectativa de encontrar uma alma gémea fôr irrealista?

Filmes, música, literatura... a cultura mainstream incute nas pessoas, desde pequenas (começa com a porra das histórias da carochinha e da Bela Adormecida e Branca de Neve e o camandro – há sempre um sacana dum príncipe encantado) esta ideia de que algures há alguém que nasceu para nos completar...

...volto a perguntar: e se não houver? Há algumas garantias que essa pessoa exista mesmo? Alguém que nos complete na totalidade?
E se houver: será o “príncipe encantado” (ou princesa, nem toda a gente gosta de baunilha nem toda a gente gosta de chocolate) aquela pessoa que é melhor para nós?

O que eu mais vejo, entre os meus amigos e não só, são os “príncipes encantados” transformarem-se em sapos ao fim de algum tempo: podem ser meses, podem ser anos. Também vejo quem não ligue nenhuma a isso. E vivem muito bem assim.

Embora fossem type characters, as gajas do Sexo e a Cidade eram bons exemplos:
Samantha, não procura e não quer saber. Se aparecer, apareceu. Se não aparecer, ao menos vai espanejando as teias de aranha. A Ruiva (nome?), encontrou outros substitutos, como o trabalho e o filho, e não se sente menos feliz por isso (lá voltou para o gajo, mas foi efeito secundário). Carrie sabe quem é mas sabe que ele lhe faz mal. Solução: vai espanejar as teias de aranha por outro lado e vai tentando com outros, nunca sente o mesmo que com o Big mas não se sente incompleta. Charlotte é a única que vive com essa obsessão/preocupação, e aparenta ser mais ansiosa e infeliz que as outras três.

Pragmatismo: se ele ou ela não aparecem, que fazer?
Continuar à espera?
Continuar a dar importância a isso?
Contentar-se com “the next best thing”?
Ou redefinir prioridades, e não se preocupar muito mais com isso?

E se ele ou ela aparecerem?
Serão aquelas pessoas que realmente precisamos a nosso lado?
Serão as pessoas que nos fazem melhor?
Valerá a pena o esforço?

Esta cultura, pá...

oh, como me podia esquecer...

O comentário cinéfilo!

Comecei no outro dia a rever o "Blue Velvet", déjá commenté pelo caríssimo boss cá do sítio!
Sim, senhor, grande filme, grande realização! Lynch, 'tás lá! e, pronto, o suspeito do costume Kyle (Dale Cooper no "Twin Peaks") a fazer das suas e ainda tão novinho!
Bolas, já não comento mais nada porque agora tenho de ir acabar de ver o filme...

Há um problema com os filmes lynchianos: por mais que uma pessoa os veja, nunca apanha a totalidade das coisas e provavelmente não se vai lembrar exactamente do "fim"/desenvolvimento da história porque se perde no meio de tanta informação, tanto detalhe e tanto "lynchism"...

Em todó caso, é sempre para ver e se for na companhia de pessoas que também gostem e estejam interessadas e com quem se possa discutir "mas afinal qué que se passou aqui?"...

já ando para fazer isto há algum tempo...

pois, tenho-me lembrado de coisas interessantes para partilhar com bós! ah, mas há tanto para fazer por cá, nem que seja só ir beber uma jola com a malta, que se me esqueço!...

Queria partilhar alguns factos absolutamente desinteressantes acerca do sistema de transportes públicos aqui em Aix-La-Chapelle...
Há que dizer que praticamente todos os condutores estão ao nível da loucura Tuga! quantas vezes não me ia eu espetando contra alguém por quase daquela curva bem feita!... Medo! e... como a maioria de todos os condutores de autocarros, não são lá muito simpáticos... "Guten Tag!" resposta do outro lado: " "... feios!...
Há mais gaijas ao bolante destes tós que em Lissabon! São, claro, umas grandes malucas!
oh, e o pormenor de classe! Quando estão parados no terminal ou no sítio onde trocam os condutores e há tempo para uma nicotinazinha, cá nada de vir cá para fora ou escancarar as suas janelas! É mesmo ali e quem não gostar, paciência!
Em Ponttor, que é uma piquena zona de Aachen, há uma paragem de tós onde por lá passam para aí umas 8 ou 9 "linien" e costuma estar lá um senhor, já bem cota, que "trabalha" para a ASEAG e vai dando indicações às pessoas que olham para o placard e decidem se esperam ou se se põem a andar e que tó poderão apanhar. Mete-se com os condutores todos e é um porreiraço!
A dúvida que permanece é se ele sequer alguma vez trabalhou para a empresa! Mas pelo menos conhece toda a gente! Personagem caricata!
Bem, continuando... Há muitos carros daqueles articulados! já andei até num que tinha 3 bocados! Foi o delírio! Quando estes piquenos arrancam, desinclinam-se todos, depois de apanharem todas as pessoas que vão aparecendo e seguem drasticamente o seu caminho!

Um pormenor também desinteressante é o facto de se poder entrar por qualquer lado do tó e ninguém pede para ver passe nem há nada para o activar ou assim! Se não tiverem passe, entrem pela frente e peçam um bilhete ao sr ou à sra condutor(a), explicitando onde tencionam sair! (tarifas diferentes...) se tiverem bilhetes pré-comprados, há um validador perto do condutor, mas uma vez mais fica à vossa consciência... Isto é o avacalhanço total! Este sistema nunca funcionaria em Tugal... se há penduras nos eléctricos, já estou mesmo a ver que ninguém ia comprar passes, nem bilhetes... só algumas pessoas mais conscienciosas!
É preciso mais atenção à noite! Aí, às vezes, os condutores pedem para ver o passe! Mas há que dizer com frontalidade: se há "picas" ou "srs revisores", nunca os vi! (mas que los ai ai! como as bruxas!)

olha, ainda havia mais qualquer coisa, mas de momento não me recordo...
Fica para outro post!
Agora vou mas é apanhar sol e frio! Vou passear e vocês, também!

18/03/2006

Visita a Atomium

Ontem de noite aqui o menino foi visitar o contribuinte deste blog Atomium. Fotos não há, para proteger a identidade dos inocentes. Mas o que eu quero realmente falar é do carro que levei para ir ao outro lado do rio pela Ponte Vasco da Gama... um proto-clássico Fiat Tempra SW de 1991.

As linhas, de traço italiano, perfeitas. A garra da motorização a carburador. A caixa de velocidades de relações longas para garantir poupança de combustível... um verdadeiro cavalo de batalha

O Tempra é um carro bestial... um verdadeiro tanque... até sobe montanhas em ponto-morto (STP dixit). Já tem 14 anos, mas ainda anda aí...

A aventura: atravessar Lisboa inteira, completamente alagada. As correias de distribuição chiam sempre que se engrena uma nova mudança... toda a distribuição é nova, tem menos de um ano, mas nunca foi montada como deve ser... depois de insistentemente falarmos com o mecânico "Oh António, tira mas é a mão dos tomates e mete a correia bem", nada...

O problema: a chuva toda, que diminuia alguma visibilidade, e o vento na ponte, que era uma coisa extraordinária, tendo em conta que a aerodinâmica lateral deste carro se assemelha a uma catedral gótica. E as vicissitudes desta máquina, em que a direcção assistida, hidraúlica, em vez de ficar mais pesada com o aumento de velocidade (que é o que os carros normais de hoje em dia fazem), não, fica mais leve, muito leve mesmo! Junte-se a isto umas poçazitas para fazer uns aquaplannings jeitosos... e temos aí uma valente aventura para contar aos netos!

Recomendo este desporto radical a todos os interessados. Alugo o carro por 50 euros/hora a quem quiser...

16/03/2006

Me & Him

Sigam o link na barra da direita...

Top Gear

Uma benção que a BBC largou sobre o público é um programa de uma hora semanal de seu nome Top Gear.

No que é que consiste o Top Gear?

Simples. Carros. Carros que se adoram. Carros que se odeiam. Mas dificilmente carros que ficam a meio-termo, que não aquecem nem arrefecem. E muitos, muitos testes... como dizer... alternativos.

Apresentadores

Jeremy Clarkson – o mais velho, mais alto, mais experiente e mais escandaloso de todos. Jeremy tem sempre opinião e nunca tem medo de a dar, seja ela boa ou má. Por causa disso muitas marcas já se recusaram em colaborar com o programa. O seu traje de eleição são blazers, calças de ganga e botas, conseguindo já arrecadar variadas vezes o prémio de “Worst dressed celebrity”. Conseguiu a proeza de ser banido dos concessionários da Hyundai, e era considerado persona non grata pela Rover. Pois bem, a Rover acabou e o Jeremy ainda cá anda. Quem é que ficou a rir-se por último? Costuma ser ele a ensaiar e ir para a estrada com os carros verdadeiramente potentes.

Richard Hammond – o mais novo, mais baixo e mais... betinho. Nota-se que Richard não tem grande talento para conduzir os carros como os seus colegas, mas o seu entusiasmo compensa a relativa falta de experiência. Foi incrivelmente gozado, durante vários episódios, quando, a conduzir um jipe preparado para corrida (esqueci-me do nome), ter exclamado excitadamente “I AM A DRIVING GOD!!”. Costuma ensaiar os carros mais pequenos (em conjunçãocom o May) ou os mais estranhos.

James May – o gentleman. Mantém sempre a calma e a compostura, exceptuando uma vez em que desceu uma pista coberta de gelo ao volante de um Mitsubishi Lancer WRC conduzido por Henning Solberg. Costuma conduzir os carros mais luxuosos ou antigos. É o equilibrio no programa.







Stig – é o piloto de testes. Já sofreu uma morte (antes vestia-se de preto) e renasceu como uma fénix das cinzas (agora veste-se de branco). Nunca se ouve a voz dele e a sua identidade continua um mistério, ocultada por um capacete (para quem não usa o google, claro...). Os seus objectivos são testar os carros em pista e ensinar outras pessoas que lá vão (celebridades) a conduzir na pista.

Premissas do programa

1 – Testar carros. Muitas vezes em localizações exóticas, mas ao menos podem dizer que os experimentaram a sério (idas à Islândia, conduzir superdesportivos num vasto areal no País de Gales, ir ao ponto mais a norte da Grã-Bretanha com apenas um depósito de combustível...). Fazem questão de apontar os defietos dos carros e quando não gostam, não gostam mesmo e fazem-se ouvir.

2 – Comparar a condução de estrelas, fazendo-as todas guiar o mesmo carro, um Suzuki Liana. O segmento chama-se “Star in a reasonably-priced car” e vê-se de tudo. Um convidado quase que ia capotando ao cortar a penúltima curva. Já destruiram várias vezes os espelhos retrovisores ao carro. Uma estrela, David Soul, sendo americano não estava habituado a carros com mudanças manuais e estragou a caixa de velocidades em menos de dois minutos. Deram-lhe o Liana de substituição para as mãos (igual ao primeiro) e fez exactamente o mesmo. 300 contos de reparação em cada um. Ficou barata a ida dele ao programa...

3 – Testes absurdos, e aqui reside a alma verdadeira do programa, e é o que o distingue de todos os outros. Quem seria capaz de se lembrar de tentar destruir uma caravana (ódio de estimação de todos eles por serem verdadeiros empecilhos) por fazê-la andar extremamente depressa para ver se se desfazia com o vento? Quem seria capaz de ver a quantidade de abusos que uma pick-up Toyota aguentaria, fazendo-a colidir com muros, árvores, um pré-fabricado, fazedo-a submergir durante horas no mar de Bristol, fazendo-a pegar fogo (!), massacrá-la com uma bola de demolição (!!) e piéce de resistance fazendo-a cair de uma altura de 60 metros (!!!) aquando da implosão de uma torre de andares? O mais impressionante foi que não só, no fim disto tudo, a pick-up ligava-se, mas ANDAVA! Era guiável!

Outros testes absurdos incluem sairem desde os estudios até Monte Carlo, com o Jeremy num Aston Martin e os outros dois em comboios (Eurostar, TGV), o qual Jeremy ganhou. Outro incluiu Irem desde Nice até à NatWest Tower em Londres para levarem trufas, Jeremy partiu num Bugatti Veyron (brilhante carro!) e os outros dois num avião monomotor(!). Jeremy ganhou novamente.
Mas os mais brilhantes são os teste do desespero ou simplesmente absurdos, como fazer um Mini Cooper descer um trampolim de ski com skis amarrados às rodas (e conseguiu), uma descida no gelo lado a lado com um bobsleigh, o malfadado Porsche challenge, onde tinham que comprar, cada um, um Porsche por menos de £1500 e fazer uma série de provas com eles (falhando miseravelmente porque os carros estavam todos podres)...

Conclusão: o programa de carros feito a pensar não só em quem adora carros, mas também em quem gosta de se divertir e rir, mesmo que não perceba nada de motores. A cinematografia e enquadramentos são dignos de Hollywood e os episódios são muitas vezes usados em aulas de técnicas de vídeo e cinematografia para ilustrar o “bom” que se faz. A não perder, especialmente se se tiver sentido de humor. Todos os domingos na BBCPrime, às 11h.

Ódios de Estimação, pt. 4

As más traduções portuguesas, principalmente dos títulos dos filmes. Exemplos?

Sleepers – Sentimento de Revolta
Rainman – Encontro de Irmãos
Breakfast at Tiffany’s – Boneca de Luxo
A Hard Day’s Night – As Quatro Cabeleiras do Após-Calypso (!!! – é o primeiro filme dos Beatles, já agora)
Total Recall – Desafio Total
Adaptation – Inadaptado (f**a-se! É tudo parvo?)
Lost In Translation – O Amor É Um Lugar Estranho

Era espetá-los num pau... daqueles beeeeem afiados.

Para os mais distraídos...

...sim! Gosto mesmo de Fórmula 1. E de David Lynch.

Não gosto: balões, especialmente os da variedade rebentadeira. Dias quentes de verão. Parvos no comando.

Fin.

13/03/2006

Fórmula 1

Se o resto do campeonato for como a primeira corrida, UAU. Vamos ter um campeonato como deve ser outra vez! Alonso ganhou com uma pequena margem sobre Schumacher, o velho. Raikonnen no McLaren fez uma corrida fenomenal de trás para a frente, saindo de último na grelha até ao último lugar no podium.

Quatro equipas se perfilam como fortes candidatas às vitórias: Renault, Ferrari (após um ano para esquecer), McLaren e Honda. Num dia de sorte pode ser que a Williams também consiga meter o bedelho.

Segue-se uma breve análise equipa-a-equipa e piloto a piloto:

Renault – ganhou o título de pilotos (com Alonso) e de construtores, não pela espectacularidade e não pela velocidade, mas pela fiabilidade. Era quase impossível ver um Renault com problemas mecânicos. Alonso tornou-se campeão, provavelmente um dos mais amorfos de sempre. O patrão da F1, Bernie Ecclestone, ficou furioso com a sua personalidade recatada, ao ver o desinteresse do público e dos patrocinadores neste jovem. Fisichella estranhamente continua como piloto, apesar de ser óbvio que a equipa não confia muito nele (quem se lembra de ouvir as comunicações rádio no ano passado com insistentes pedidos de “DON’T PANIC!”? Eu lembro-me).
Este ano as relações entre a Renault e Alonso estão algo tensas, porque este anunciou, antes do início da época, que ia para a McLaren em 2007. Estúpido estúpido estúpido. Assim a equipa não lhe pode confiar, obviamente, segredos mecânicos, que ele poderia transportar para a McLaren, além de criar algum mau ambiente na box.

McLaren – os grandes derrotados da época passada, muito por culpa dos motores Mercedes. Um Fiat Uno de 1989 conseguia andar mais quilómetros antes de se avariar. Ainda antes do início da época os pilotos se queixaram que o motor Mercedes era o menos potente na grelha, e com razão, além de continuarem a ter problemas em se manterem inteiros durante os testes de pré-época. Raikonnen, o menino-prodígio, é conhecido pelo seu excelente desempenho, assim como pelo seu gosto por bebedeiras e bares de strip e algum mau-feitio quando as coisas correm mal. É como se fosse um novo Ayrton Senna ou Nelson Piquet, mas em versão loira e finlandesa. O seu companheiro de equipa é Juan-Pablo Montoya, um jovem gordinho com muitos tomates mas pouca cabeça. Capaz de momentos brilhantes que passam a desesperantes no minuto a seguir. Já nos mostrou algumas das mais belas ultrapassagens na F1 actual, assim como despistes de se tirar o chapéu.

Ferrari – após um ano para esquecer verdadeiramente, em que tinham um carro com aspecto e andamento de tartaruga, voltam em força para 2006. Ao comando está M. Schumacher, raposa velha e hepta-campeão do mundo, com sede de títulos depois de ficar em branco na última temporada. Tem um novo colega de equipa (a Ferrari é a única esquadra que tem explicitamente um piloto principal e um piloto secundário), Felipe Massa, brasileiro, bom rapaz, mas com pouca garra. Veio substituir um brasileiro com ainda menos garra.

Honda – Regresso oficial da Honda à F1, mais de três décadas depois. Após um bom campeonato o ano passado, sob o nome BAR-Honda, regressam este ano com apenas uma ideia na sua cabeça colectiva: ganhar a primeira corrida. Candidatos: Button e Barrichello. Button tem sido visto nas ilhas britânicas como o sucessor de grandes pilotos desse arquipélago, como Stirling Moss e Graham Hill e Nigel Mansell. O que é facto é que o rapaz já fez mais de 100 grandes prémios e até hoje nunca concretizou. Nada. Zip. Niente. O que segundo as estatísticas é mau. Poderá ser ele o primeiro piloto que passa dos 100 grandes-prémios e só então é que ganha a primeira corrida? O seu colega de equipa Barrichello saiu em ruptura bem acesa com a Ferrari e parecia ter entrado na pré-época com chama bem acesa, mas em corrida revela uma falta de passo gritante.

Williams – Viram-se gregos na pré-época: a BMW retirou o apoio dos motores (foi comprar a Sauber), perdeu o title-sponsor, a HP, e mudou de pneumáticos muito em cima da hora, já para não falar da polémica do contrato com Button. Parecia uma época talhada para o desastre. Mas não. O novo motor Cosworth revelou-se o mais potente da grelha (quem diria, hein?), o novo carro é bastante mais equilibrado que o anterior e tem dois pilotos cheios de vontade, Webber e Rosberg. O estreante Rosberg deu excelente impressão de si logo na primeira corrida, fazendo uma prova muito equilibrada e mostrando espirito de combate. Estará aqui um sucessor e Schumacher no coração dos alemães? Terá Frank Williams descoberto (mais uma vez) um potencial campeão do mundo?

Toyota – a desilusão. Para o dinheiro todo que investem na fórmula 1 deveriam ter resultados fabulosos, mas o que se verifica é uma dificuldade extrema para sequer alcançar os lugares pontuáveis. Os pilotos, Trulli e Schumacher, não ajudam. Trulli começa a revelar alguma lentidão com a idade, e Ralf Schumacher é a inveja de todos os calões: nunca se viu ninguém tão mau numa actividade ser tão bem pago como ele é.

Red Bull Racing – nascida no ano passado das cinzas da Jaguar (após a Ford a ter vendido à Red Bull por “estar farta de largar dinheiro”), investiram uma porrada de dinheiro. Os resultados na primeira época foram satisfatórios, terminando muitas vezes nos pontos. Esta época será mais dificil, pois Honda e Williams parecem estar em melhor forma. Os pilotos são repetentes nestas andanças, Coulthard e Klien. Coulthard nunca conseguiu impor-se na F1 e já tem pelos brancos na barba. Klien, o austríaco, só está na Formula 1 porque a Red Bull pertence a um austríaco. Simples, não?

Scuderia Toro Rosso – o maior caso de desrespeito na F1? Parece que sim. Por portas e travessas, a Toro Rosso é a única equipa este ano a usar um motor V10 do ano passado, quando todas as outras têm que usar os novos V8, menos potentes. As regras são explicitas quanto à partilha de chassis entre equipas (é proíbido), mas só um parvo não vê que o Toro Rosso é o Red Bull do ano passado pintado de forma diferente. Mais ainda: o dono e a direcção técnicas são os mesmos da Red Bull (daí chamar-se Toro Rosso...). Embora afirmem sempre que são equipas concorrentes, esta concomitância não é de certeza benéfica para a verdade desportiva. E last but not least, o desrespeito da Red Bull pelo mítico nome Minardi (da qual nasceu a Toro Rosso quando a Red Bull a comprou). Os antigos donos da Minardi não mudaram o nome quando a compraram. O Ron Dennis não mudou o nome da McLaren quando a comprou. A BMW não mudou o nome da Sauber quando a comprou. Mas a Red Bull esteve a cagar-se para mais de 20 anos da história da F1. Os pilotos são Vitantonio Liuzzi, italiano, e Scott Speed, americano. O italiano deu banhadas gigantescas ao americano, que não está mesmo nada acostumado a correr em pistas que não são ovais.

BMW Sauber – Fartos de andarem a fornecer os seus motores à Williams, que não desenvolvia nada (vitórias, cadê?), a BMW bate com a porta e compra uma equipa já existente do meio da tabela, a Sauber, arrastando o piloto alemão da Williams Nick Heidfeld para a nova equipa (claro que tinham que ter um alemão, isso vende no mercado germânico). O colega de equipa de Heidfeld é Jacques Villeneuve, ex-campeão do mundo em 1997 e que desde então nunca mais conseguiu fazer nada de jeito. Tem um tendência algo absurda para entrar em parafuso quando não deve.

Midland F1 – Basicamente a estrutura da antiga Jordan, com outro nome e outra cor no carro (do amarelo para o preto e vermelho). Condenados a pernoitar no fundo da tabela, a não ser que aconteçam milagres ou hecatombes. Têm como grande vantagem uma fiabilidade mecânica a toda a prova, que permitiu que pelo menos um dos seus carros acabasse em todas as provas do ano passado, e um motor Toyota poupadinho e com força. Os pilotos são o lusitano Tiago Monteiro, melhor rookie do ano passado, e Christijan Albers, holandês, muito rápido, que transita da Minardi.

Super Aguri – Até agora, a anedota da F1. Têm um forte apoio institucional da Honda, mas estão a correr com chassis já com 4 anos de concepção e portanto, completamente desadequados da realidade actual (e são os chassis da Arrows, que já não eram grande coisa para começar...). A única coisa de jeito nesta equipa é o motor Honda novinho em folha, e provavelmente os pneus. Pela confusão nas boxes no primeiro grande prémio (os dois pilotos entraram AO MESMO TEMPO) vê-se que ainda reina a balbúrdia. Os pilotos não ajudam: Um é Yuji Ide, estreante, muito verde ainda e propenso a erros. O outro é Takuma Sato, que muito obviamente não usa a cabeça quando se senta ao volante e foi responsável, só no ano passado, por vários acidentes cruciais que metiam quase sempre outro piloto fora de pista.

12/03/2006

Sabia que.......?

... há uma fábrica da Lindt em Aachen?
... que fica ao pé da minha residência?
... que passo lá ao pé quase todos os dias?
... que se sente sempre no ar um leve mas provocante aroma a cacau?
... que estou a comer uma qualidade de chocolate produzida aqui que não é comercializada em Portugal que é obscenamente deliciosa enquanto escrevo?

Pois é! Confirma-se!

AHAHAHAHAHAHAH!

Ódios de Estimação, Pt. 3

Compreendo perfeitamente que o que vou escrever a seguir pode ser considerado como blasfemo em certos círculos e pode perfeitamente originar uma fatwah (guerra santa, gente, o Rushdie tem uma pendente sobre a cabeça dele também), mas cá vai:

Não gostei da trilogia do “Senhor dos Anéis”. E passo a exlicar porquê:

- Ponto número 1, e principal: mau realizador, verdadeiramente mau. Peter Jackson era conhecido por realizar filmes de série B de inegável valor cómico (intencional ou não). Não tinha capacidade para realizar um blockbuster deste tamanho. Em certa forma aplaudo os produtores por não terem jogado pelo seguro e tentar contratar um nome sonante da indústria. Mas Jackson a meu ver não deu conta do recado porque:

- Ponto número 2, a direcção de actores foi completamente abismal. Os personangens são todos unidimensionais, revelando pouca variedade. E muitos dos personagens são intermutáveis entre si, notando-se poucas diferenças entre os caracteres ficcionais. Aragorn tem sempre cara de prisão-de-ventre (allo! Variedade?!!!?). Legolas sempre a olhar para o horizonte e a proferir palavras de quilo e meio, mesmo que não esteja lá ninguém para as ouvir. O anão, bruto como as casas todos os dias. Frodo sempre sempre com aquela cara de quem lhe dizem que vão enfiar um dildo pelo rabo acima sem vaselina. E Sam com vontade de enfiar esse dito dildo.

- Ponto número 3, o uso super-exagerado de efeitos especiais, muitas vezes sem necessidade. Muitos filmes de fantasia não precisam de um uso tão intensivo de efeitos para ilustrar uma história. Não era necessário ter um Sméagol todo criado em CGI. Isso é show-off. Masturbação. E masturbação é uma coisa para se fazer em privado, por isso para a próxima é melhor usar um actor de carne e osso (até porque as acções do personagem não justificavam o uso de CGI: não tinha força sobre-humana, não dava grandes saltos, nada!). O mesmo se pode dizer dos Nazgul.

- Ponto número 4, embora estivesse a seguir (algo livremente, diga-se) os livros, há vários pontos de incongruência que originam questões: no primeiro livro Sam tem um pónei que os ajuda etc e tal. No filme não há referência nenhuma a esse pónei, até Sam se despedir tristemente dele nas minas de Mória. Um belo non sequitur... Outros existem, como os especialistas em LOTR vos poderão mencionar. Um que eu adoro e não está explicado é como Sauron passou de vilão corpulento e viril a vagina luminosa e cor-de-laranja. Ou como é que o anel tem tanto poder. Subentende-se apenas que sim? Uma explicação fazia melhor figura.

- Ponto número 5, o passo moroso de todos os filmes, embora atenuado no Regresso do Rei. Todos os filmes desenvolvem a acção muito devagar, e isto quando a desenvolvem. O segundo filme, neste aspecto, é péssimo, sendo quase todo passado a resolver uma narrativa-satélite de interesse duvidoso para a acção principal. Mas aí o problema já é do livro. A decisão de mudar a morte de Boromir do segundo livro para o fim do primeiro filme retirou imenso protagonismo ao segundo filme. Mas aí o primeiro filme não teria final, e seria uma experiência frustrante. Assim ficou o segundo filme pendurado em termos narrativos. Hmmmm...

- Ponto número 6, o recurso a Dei Ex Machina (Deus Ex Machina, Dei no plural, refere-se a um artifício literário já usado nas tragédias gregas, em que as tramas eram resolvidas por uma entidade que nunca havia sido referida antes e que aparece do nada para mudar o rumo da trama). Os Dei Ex Machina no LOTR aparecem em duas situações, pelo menos: os Ents no segundo filme, ainda bem que estavam lá as árvores para salvar os hobbits. E os guerreiros mortos no terceiro filme (deram imenso jeito, hã, já estavam mortos e tudo, não tinham que se preocupar com nada). Os guerreiros aparecem e tornam uma situação bastante negra para os bons numa situação bastante negra para os maus. No mínimo conveniente. Bah. Fraquinho fraquinho.

Moral da história: três livros de dificílima adaptação para o grande ecrã. Problemas de argumento provocam incongruências na história e dão aos filmes um passo pedestre ou quase-comatoso. Excesso de efeitos especiais estragam o ramalhete a meu ver. Personagens demasiado unidimensionais, até mesmo para um filme de fantasia. Milhões e milhões e milhões de dólares de lucro. Afinal, o que percebo eu destas coisas? Só sei do que gosto e do que não gosto. E uma trilogia unidimensional e sobre-produzida já está fora da minha liga...

Irony is a dead scene*?

Não, não é. Basta ver uma coisa como o Pimp My Ride para perceber que assim não é. Ou melhor, toda a MTV. A cultura do supérfluo e do medíocre prospera valentemente, assistindo-se mais e mais à vitória do marketing e do estilo sobre a forma e o conteúdo.

São tempos difíceis... acabei de ler a biografia não-autorizada dos Led Zeppelin, Hammer of the Gods. Uma banda que existiu nos tempos em que as editoras apostavam ainda no desenvolvimento dos artistas. Uma banda assinava e lançava um disco sem grandes pressões de vendas. Se o primeiro vendesse 50 mil cópias, não há crise. O segundo poderia vender apenas 100 mil. Havia tempo para se desenvolverem.

Hoje em dia, há o quê? Uma banda assina. Se o primeiro disco não chega à platina, estão fora. E o que é que chega à platina? Merda, pura merda, de venda fácil. Discos de Rap/Hip-Hop (quase sempre), pré-fabricados, vazios de conteúdo, com vídeos do piorio, quase todos formulaicos** como se fossem “pintar-com-os-números”:

- Gajas descascadas a abanarem o que é delas e a roçarem-se nos protagonistas (o chamado hip-hop candy)
- Carros xunados, podendo pertencer ao músico (músico?) em questão ou não
- Mostras de superficialidade, onde o que interessa é ter carros bons, casas boas (ou localizações idílicas), e muito bling-bling (jóias).

Qual é a mensagem que é transmitida? Nenhuma. Superficialidade. Música de comer e deitar fora. Letras de deitar fora ainda mais depressa que a música. Onde é que anda o verdadeiro talento? Submergidos pelo marketing, os verdadeiros talentos não têm como emergir.

A MTV fez um verdadeiro desfavor à cultura ao standardizar a cultura musical. Playlists limitadíssimas. Pouca diversidade. A rádio de hoje em dia está igual: playlists igualmente limitadas, onde só se ouve o que as editoras querem que se oiça. Onde andam os programas de autor? Onde andam os Antónios Sérgios de hoje em dia para passarem a música que querem e gostam, dando-a a conhecer às massas? Onde andam os John Peel? Está tudo apagado. Tudo padronizado. Tudo devidamente higienizado para consumo, embalado com um press kit feito na loja dos 300 e sorrisos comprados no dentista mais próximo e silicone como se estivesse a preço de saldo.

Quando é que isto dá a volta?

* Título retirado do EP dos Dillinger Escape Plan
**exceptuando, em certa medida e felizmente. diga-se, o Kanye West. Começa a dar a volta...