01/02/2006

Pequeno Dicionário Dread/Bazofe

Dread em tradicional pose. Repare-se na deficiência bazofiana atrofiante dos dedos.

Props: Não tem tradução directa. Abreviatura de "proper respects". Quando alguém nos dá “props”, é basicamente um cumprimento, em que “props” significa respeito.
Exemplo conversacional: “Yo, props para o pessoal”. Ler como “Olá, respeito ao pessoal”.

Yo: Cumprimento omnipresente, tanto serve para começar como acabar frases.
Exemplos conversacionais: “Yo, tá-se?” Resposta: “Ya dread, tá-se, yo”.

Dread: Designação utilizada entre os próprios dreads para se referirem uns aos outros, desde que sejam do sexo masculino. Um dread consiste num rapaz que mora normalmente num bairro desprivilegiado, se for morador num grande centro urbano, ou alguém com uma ligeira amputação no cérebro, se morar em cidades pequenas ou aldeias, porque quem é que se vai comportar como urbano, yo, se não morar num centro urbano? O dread é uma criatura extremamente versada na cultura hip-hop, vestindo-se e agindo como os seus ídolos da actualidade: Snoop Dogg, 50 Cent, Usher, etc. Especialista no arrombamento do Fiat Uno e no enrolar da passa, o dread pode encontrar-se facilmente à porta das escolas para gamar dinheiro aos putos mais pequenos que eles ou dentro dos centros comerciais, experimentado a última moda desportiva na Nike ou na SportZone. Sem boné e brinquinho manhoso com brilhante, um dread não é dread. Muitas vezes igualmente denominado de bazofe.

Bazofe: o.m.q. dread.

Dama: Versão feminina do dread. Não usa boné, mas costuma usar o cabelo apanhado num rabo-de-cavalo apertadíssimo. Podem estar 0ºC no exterior mas a dama vai usar quase sempre um top subido que deixa o umbigo à mostra e calças descaídas/mini-saia. Fáceis de distinguir em público pelo seu mascar constante e ruidoso de pastilha elástica, qual vaca a ruminar a sua dose de erva pela terceira vez. Pode também ser denominada de “babe”.

Bairro: Local de habitação do dread, nas ruas do qual eles se podem reunir em matilha para rolar uns charros, mirar umas minas, ou partir em assaltos. Também serve como local de refúgio quando fogem da bófia, onde os dreads seus amigos atiram pedras às viaturas policiais.

Teclas: Dentes.

Represent: Expressão usada com a origem do individuo, indicando a sua proveniência.
Exemplo conversacional: “Miratejo represent” ou “SBKrew represent”.

Sócio: Expressão usada pelos dreads para indicar um individuo que não é dread. Indivíduo comum.

Mais dois belos espécimes.

Bacano: o.m.q. sócio

Erva/Chito/Chamon/Marijuana/Charro: Designação dada ao cânhamo-indiano, de seu nome científico Cannabis sativa. Usado seco, ou após sangra, em forma de resina (denominada de haxixe ou haxe), é enrolado em mortalhas juntamente com tabaco e fumado.

Chino: Uma faca, preferencialmente uma navalha de ponta-e-mola. Usada para sacar nheca de debaixo das unhas e para assaltos a sócios. Algumas vezes usadas nas guerras entre bandos rivais, a inépcia do dread para a utilização de tal instrumento resulta muitas vezes em golpes desnecessários, mas raramente mortais ou incapacitantes.

Fusca: Uma pistola. Há que dar crédito à inteligência do dread, porque raramente andam carregadas.

Bote: Um automóvel. Os carros preferidos dos dreads podem dividir-se em dois tipos: os carros para possuir, em que são preferidos os Citroen Saxo Cup e Peugeot 106/206, e os carros para roubar, em que são preferidos os Fiat Uno e os Honda Civic antigos.

Krew: O bando onde o dread normalmente se insere. Sendo um animal gregário, o dread encontra-se muitas vezes em grupos. As krews costumam ser rivais umas das outras e quando bandos rivais se encontram o mais comum é acontecer uma troca de insultos, mais raramente ocorrem confrontos físicos.

Orientar: Verbo que significa solicitar, fornecer, roubar ou obter.
Exemplos conversacionais: “O Zé Merdas orientou um bruta subwoofer da loja da esquina” – ler como “O José roubou um subwoofer de qualidade da loja da esquina”. “Ai virei-me para ele e disse “Sócio, orienta aí mil paus”” – ler como “Aí virei-me para ele e disse “Senhor, dê-me mil escudos”.

Bófia: Polícia.

3 comments:

Porcotte Pink said...

Obrigada! Finalmente vou poder ter altas conversas! Yo!

G'sta said...

cateh pahilho, nao sabes do ke falas. anda aki à favela das australias pa te marar essa cremalheira. desmarca-me este topico e volta pa merda donde vieste

headache said...

És muita mau, meu!
Fazes broches ao teu pai com essa boca?