18/11/2006

Falta de saliva

Como se não tivesse já suficiente sarna para me coçar durante a semana, decidi que haveria de queimar completamente um dia de descanso, ao acordar todos os sábados de manhã para ir ao Goethe ter aulas de alemão. Digamos que já tive decisões mais inteligentes na vida. Podia ter escolhido um horário com os dias da semana, mas nããããããããããão. Tinha que ser sábado. E logo três horas consecutivas da coisa.

Para além de estar nas aulas "ligeiramente" ensonado (NOTA: ligeiramente poderá ser um eufemismo), acabo as aulas todas sem saliva. Muito gosta aquela gente de cuspir, pá. E logo na segunda aula já andávamos nós a cuspinhar-nos a tentar pronunciar "Welche Sprachen Sprechen Sie?" e demais palavras cheias de sons sibilantes.



Alguém algures tinha uma teoria que se o francês era a língua do amor, então o alemão era certamente a língua do ódio. Os alemães que tenho vindo a conhecer até são altamente simpáticos e inteligentes. Mas quando falam na sua língua nativa parece que estão a insultar-nos forte e feio, mesmo que nos estejam a elogiar. Enfim. São apenas incompreendidos. A agressividade natural da língua deles parece tomar conta das impressões que as pessoas geram sobre eles. Ou isso, ou eles portam-se bem no estrangeiro e são uns sacanas na sua terrinha, mas nunca lá fui para confirmar isso ao vivo.

Em todo o caso, a pronúncia deles quando tentam falar português é gloriosa. Tenho que me conter um bocadinho (ao início era mesmo dramático) para não me rir e exclamar "você fala como um desenho animado!". Porque era essa a minha vontade.

Já tenho conhecimentos suficientes para ir a um restaurante e não mandar vir túbaros de porco. Ou outras coisas mais "alternativas" (leia-se: más).

1 comment:

Mário said...

Os Alemães que conheci eram todos impecáveis. Tenho um desafio a propor-te. Passa pelo meu blog. Abraço.