Primeiro dos primeiros: recuperei o meu computador, desta vez levou umas quantas partições no disco para ver se consigo isolar o mau sector que lhe anda a causar as chatices. Agora vem a comédia.
Fui hoje fazer a ElectroMioGrafia, ou EMG, referida dois posts abaixo. Cheguei ligeiramente atrasado à Clínica CUF Sta. Maria de Belém, graças ao valente trânsito lisboeta, mas tudo bem porque não havia sido chamado.
Enquanto espero estava lá, ao meu lado também para fazer uma EMG um senhor ucraniano de seu nome Oleg (sei o nome porque a enfermeira o chamou assim). O senhor Oleg, para quem me conhece, era maior que eu em tudo. Mais alto, mais encorpado, e com um olhar de quem come criancinhas ao pequeno-almoço. Este senhor impunha respeito.
Mais a mais porque o senhor Oleg das três uma:
- ou andou na tropa
- ou andou na prisão
- ou pertence a uma máfia ucraniana
digo isto porque o cavalheiro em questão tinha uma tatuagem na mão esquerda, no metacarpo do polegar. Não a entendi porque estava em alfabeto cirílico. Mas pronto, como era feita a azul-cor-de-prisão e era mal-feita e com traço grosso tal-e-qual-como-na-choça-ou-na-tropa, presumi que o Sr. Oleg era rijo como uma viga e feroz como um touro.
Ele entrou antes de mim, para fazer exactamente o mesmo que eu fiz.
Afinal o Sr. Oleg tem medo de agulhas. Sempre que o médico lhe espetava uma agulha (pelo menos 5 picadas na perna afectada) o cavalheiro mandava um berro. E como temos que flectir os músculos enquanto as agulhas estão espetadas, o Sr. Oleg fazia sentir-se em no terceiro andar da clínica ao berrar "Au, pára pára, dôi, dôi!". Bem que ouvia o médico a tentar acalmá-lo, mas nada.
Resultado: o Sr. Oleg demorou quase 30 minutos a completar o exame. E sai de lá completamente combalido, a andar agarrado à parede (juro!).
Depois desta demonstração aterradora de dor e sofrimento, qualquer um ficaria assustado antes de entrar para o exame. Mas aqui o vosso intrépido escriba vira-se logo para o médico quando entra e pergunta: "mas afinal vai fazer-me o quê, que deixou ali o outro paciente aos berros?".
Responde ele: "primeiro vou dar-lhe uns choques eléctricos, e depois vou espetar-lhe umas agulhas".
Fiquei logo mais descansado. CUM CATANO! :P
Começa o exame. Pergunto sobre a intensidade dos choques. "Ah e tal, isto são só alguns miliAmpéres". "Tudo bem", digo eu. Vira-se ele "Mas a diferença de potencial é que são uns 220V". De repente vem-me à cabeça os gritos do nosso camarada soviético.
E o médico manda-me um choque e mal o sinto. "Foi só isto?". "Não é mais que isto", responde ele. O choque não se sente sequer, a sensação é igual a testar o reflexo no joelho com um martelinho. É mesmo só isso. "Oh Doutor, mande lá mais choques que isso nem se sentiu". E manda mais uns dois ou três, fraquíssimos enquanto dizia "não o quero fritar, pá, choques eléctricos não são tortura!". E riu-se. AI NÃO??? Vou dizer isso ao Oleg então. Ou aos presos políticos.
Começa o festival do furinho. Começa a espetar-me agulhas perna acima e perna abaixo, enquanto pede para flectir músculos variados. Para variar, nem sentia a agulha a entrar pelo músculo adentro, nem a sentia enquanto tinha que flectir o músculo respectivo onde a dita cuja estava espetada. Maldito sejas Oleg, pregaste-me um cagaço com um exame que não doeu nadinha de nada. Na União Soviética aposto que faziam-te o exame com agulhas de tricot ferrugentas, ainda se queixava ele de umas picadinhas de nada. Volta lá para a tua máfia a espancar as pessoas, que o teu medo de agulhas fica bem seguro comigo.
Ah, e o resultado do exame: nada na perna, pode ser algo na coluna (ah pois, depois de me furar ambas as pernas ainda levo com a agulhas nas costas), mas nada para me preocupar para já.
Mas tenho uma pontaria com aquele terceiro andar da CUF... quando fiz a endoscopia alta estava uma mulherzinha no gabinete do lado a fazer uma baixa e a berrar a plenos pulmões. Desta vez foi o nosso camarada aos berros. Será que a minha presença traz dor e sofrimento aos restantes pacientes?
P.S.- Agora que está mais ou menos provada a minha insensibilidade a agulhas na pele (algo que eu já desconfiava), acho que vou fazer uma tattoo.
Fui hoje fazer a ElectroMioGrafia, ou EMG, referida dois posts abaixo. Cheguei ligeiramente atrasado à Clínica CUF Sta. Maria de Belém, graças ao valente trânsito lisboeta, mas tudo bem porque não havia sido chamado.
Enquanto espero estava lá, ao meu lado também para fazer uma EMG um senhor ucraniano de seu nome Oleg (sei o nome porque a enfermeira o chamou assim). O senhor Oleg, para quem me conhece, era maior que eu em tudo. Mais alto, mais encorpado, e com um olhar de quem come criancinhas ao pequeno-almoço. Este senhor impunha respeito.
Mais a mais porque o senhor Oleg das três uma:
- ou andou na tropa
- ou andou na prisão
- ou pertence a uma máfia ucraniana
digo isto porque o cavalheiro em questão tinha uma tatuagem na mão esquerda, no metacarpo do polegar. Não a entendi porque estava em alfabeto cirílico. Mas pronto, como era feita a azul-cor-de-prisão e era mal-feita e com traço grosso tal-e-qual-como-na-choça-ou-na-tropa, presumi que o Sr. Oleg era rijo como uma viga e feroz como um touro.
Ele entrou antes de mim, para fazer exactamente o mesmo que eu fiz.
Afinal o Sr. Oleg tem medo de agulhas. Sempre que o médico lhe espetava uma agulha (pelo menos 5 picadas na perna afectada) o cavalheiro mandava um berro. E como temos que flectir os músculos enquanto as agulhas estão espetadas, o Sr. Oleg fazia sentir-se em no terceiro andar da clínica ao berrar "Au, pára pára, dôi, dôi!". Bem que ouvia o médico a tentar acalmá-lo, mas nada.
Resultado: o Sr. Oleg demorou quase 30 minutos a completar o exame. E sai de lá completamente combalido, a andar agarrado à parede (juro!).
Depois desta demonstração aterradora de dor e sofrimento, qualquer um ficaria assustado antes de entrar para o exame. Mas aqui o vosso intrépido escriba vira-se logo para o médico quando entra e pergunta: "mas afinal vai fazer-me o quê, que deixou ali o outro paciente aos berros?".
Responde ele: "primeiro vou dar-lhe uns choques eléctricos, e depois vou espetar-lhe umas agulhas".
Fiquei logo mais descansado. CUM CATANO! :P
Começa o exame. Pergunto sobre a intensidade dos choques. "Ah e tal, isto são só alguns miliAmpéres". "Tudo bem", digo eu. Vira-se ele "Mas a diferença de potencial é que são uns 220V". De repente vem-me à cabeça os gritos do nosso camarada soviético.
E o médico manda-me um choque e mal o sinto. "Foi só isto?". "Não é mais que isto", responde ele. O choque não se sente sequer, a sensação é igual a testar o reflexo no joelho com um martelinho. É mesmo só isso. "Oh Doutor, mande lá mais choques que isso nem se sentiu". E manda mais uns dois ou três, fraquíssimos enquanto dizia "não o quero fritar, pá, choques eléctricos não são tortura!". E riu-se. AI NÃO??? Vou dizer isso ao Oleg então. Ou aos presos políticos.
Começa o festival do furinho. Começa a espetar-me agulhas perna acima e perna abaixo, enquanto pede para flectir músculos variados. Para variar, nem sentia a agulha a entrar pelo músculo adentro, nem a sentia enquanto tinha que flectir o músculo respectivo onde a dita cuja estava espetada. Maldito sejas Oleg, pregaste-me um cagaço com um exame que não doeu nadinha de nada. Na União Soviética aposto que faziam-te o exame com agulhas de tricot ferrugentas, ainda se queixava ele de umas picadinhas de nada. Volta lá para a tua máfia a espancar as pessoas, que o teu medo de agulhas fica bem seguro comigo.
Ah, e o resultado do exame: nada na perna, pode ser algo na coluna (ah pois, depois de me furar ambas as pernas ainda levo com a agulhas nas costas), mas nada para me preocupar para já.
Mas tenho uma pontaria com aquele terceiro andar da CUF... quando fiz a endoscopia alta estava uma mulherzinha no gabinete do lado a fazer uma baixa e a berrar a plenos pulmões. Desta vez foi o nosso camarada aos berros. Será que a minha presença traz dor e sofrimento aos restantes pacientes?
P.S.- Agora que está mais ou menos provada a minha insensibilidade a agulhas na pele (algo que eu já desconfiava), acho que vou fazer uma tattoo.